Esta é uma das questões mais importantes na vida de quem decidiu partilhar com outra pessoa o seu espaço, o seu tempo, a sua intimidade, os seus sonhos para o futuro. Perguntas sobre relacionamentos são das que surgem com mais frequência nas consultas de Astrologia, e não é por acaso: amar alguém é talvez o maior investimento que podemos fazer. É arriscar subir ao céu ou descer ao inferno, sem garantias ou aviso prévio. E por que não tentar prevenir as quedas mais bruscas, sem deixar de acreditar (lá no fundinho) que o paraíso da relação perfeita pode mesmo estar ao nosso alcance?
Se te consideras um “romântico incurável”, talvez procures nos astros uma razão especial para os seus sentimentos. “Estaremos destinados um ao outro?” “Será que o/a conheci em outras vidas?” “Teremos alguma coisa importante a realizar em conjunto nesta encarnação?” Para tentar responder a estas e muitas outras questões, os astrólogos recorrem a uma técnica relativamente simples que consiste em “sobrepôr” os mapas astrológicos das pessoas envolvidas. Chama-se a isto sinastria, e será a forma mais comum de procurar conhecer melhor os contornos de um relacionamento.
Quando os relatos que nos chegam são de “paixão avassaladora” ou de “sinto que o conheci a minha vida toda”, encontramos contactos entre os nodos lunares de uma pessoa e um astro ou ponto importante de outra pessoa. Os nodos, diametralmente opostos, representam o caminho evolutivo que cada um de nós se sente inclinado a trilhar, desde a experiência acumulada no passado e inconscientemente utilizada no presente (nodo sul) até à experiência que conscientemente havemos de desenvolver no presente e para o futuro (nodo norte).
Se um ponto importante do mapa natal da outra pessoa “toca” o nosso nodo sul, a sensação de familiaridade pode ser bastante grande, mas é provável que essa pessoa nos leve a padrões de comportamento antigos e nem sempre saudáveis (o chamado “caminho mais fácil”).
Se, por outro lado, há qualquer coisa na outra pessoa que estimula o nosso nodo norte, então este relacionamento desafia-nos a irmos muito além do que já somos, sem receio de tentar ultrapassar barreiras interiores que levem o nosso crescimento interior a território desconhecido mas muitíssimo próspero.
Também Saturno é muitas vezes responsável pela sensação de “predestinação” nos relacionamentos amorosos. Se a posição de Saturno no mapa astrológico de uma das pessoas afecta um ou mais pontos importantes da outra, temos muitas vezes uma relação algo desigual em que um assume uma posição superior (paternalista, protectora, condescendente), e o outro uma posição inferior (imatura, errática, frágil).Se existe de uma ou ambas as partes a dificuldade em lidar com responsabilidades e compromissos, é provável que mais cedo ou mais tarde acabem por sentir o relacionamento como uma espécie de prisão... da qual é quase impossível escapar.
Aliás, sempre que há contactos de Saturno entre parceiros amorosos, a probabilidade de a relação durar é bastante maior – independentemente de ser uma relação feliz ou não. A melhor forma de lidar com isso é tentar perceber, com humildade e auto-consciência, que lições pode cada pessoa aprender com a outra, que sentido de dedicação e dever é possível desenvolver com esforço e paciência, carregando cada um os seus próprios fardos ao mesmo tempo que procura, em cada dia, aliviar os fardos do seu parceiro ou parceira.
Outros planetas como Urano, Neptuno e Plutão podem também ter um forte impacto naquilo a que se poderia chamar de paixão “à primeira vista”. Mas o que tem isso a ver com verdadeiro amor, com companheirismo e lealdade, com aquilo que é realmente essencial para que uma relação feliz e saudável possa durar? Se para tal houver receita, talvez possamos resumir 3 ou 4 ingredientes:
- Contactos harmoniosos entre o Sol e a Lua de ambos os parceiros: os objectivos de vida de uma pessoa (Sol) são acarinhados e apoiados pela outra (Lua). Projectos e emoções beneficiam de uma compreensão mútua.
- Contactos entre Vénus e Marte: para espicaçar o contraste feminino/masculino tão essencial à atracção, à sensualidade. Se os contactos forem harmoniosos, é mais provável que tudo comece como uma amizade. Se forem tensos, esperam-se faíscas desde o primeiro instante! Contactos entre Vénus e Marte: para espicaçar o contraste feminino/masculino tão essencial à atracção, à sensualidade. Se os contactos forem harmoniosos, é mais provável que tudo comece como uma amizade. Se forem tensos, esperam-se faíscas desde o primeiro instante!
- Contactos entre Saturno e outro astro (em especial Vénus, planeta dos relacionamentos): salientam a capacidade de compromisso a longo prazo, ainda que seja importante ter em atenção o factor “isto-parece-mais-uma-prisão-mais-não-me-consigo-libertar”, já antes referido.
Muito mais se poderia analisar (afinal, cada caso é um caso). Ainda que seja possível realizar consultas de sinastria apenas com uma pessoa presente, as sessões mais proveitosas são aquelas em que ambos os elementos do casal participam para construir uma relação saudável. Comunicando com clareza e demonstrando sensibilidade e compreensão incondicional, é possível perceber melhor porque estão juntas aquelas duas pessoas, que sonhos podem ambicionar concretizar e como devem enfrentar os desafios que sempre vão surgindo. Afinal, tudo pode acontecer no dia-a-dia de uma vivência em comum que, esperamos sempre, seja eterna enquanto dure.